Em São Paulo, o preço nas usinas já chegou a R$ 1,89 na semana passada, mesmo com o ICMS do Estado sendo menor: de 12%
Em pleno início da safra de cana-de-açúcar, quando o etanol deveria ficar mais barato, os preços estão subindo. Na semana passada, os motoristas já foram surpreendidos por aumentos de até R$ 0,40 nos valores praticados por alguns postos. O problema é que os preços continuam subindo nas usinas e nas distribuidoras por causa do prolongamento do período chuvoso, que reduziu a moagem da cana e os estoques do produto, o que pode resultar em novos reajustes ao consumidor.
Os preços médios do etanol hidratado subiram em 14 Estados e no Distrito Federal na semana passada, de acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A maior alta semanal, de 8,20%, foi em Goiás. O preço médio em Goiânia passou de R$ 2,56 para R$ 2,94 na última semana. Além da alta no preço das usinas, os postos também alegam que finalizaram uma promoção feita nas semanas anteriores.
Nas usinas goianas, o preço médio saltou de R$ 1,45 para R$ 1,67 na semana passada, segundo o Cepea/Esalq. Com isso, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado (Sindiposto), informa que o preço nas distribuidoras voltou a subir no último sábado, passando de R$ 2,48 para R$ 2,73. Isso indica que podem vir novos aumentos nas bombas.
“As distribuidoras alegam que só estão nos repassando os aumentos que recebem das usinas”, garante o presidente do Sindiposto, Márcio Andrade. Segundo ele, considerando um preço médio atual de R$ 2,99, os postos estão tendo uma margem atual de apenas R$ 0,26, ou seja, de menos de 10%.
Para o presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol do Estado (Sifaeg), André Rocha, tudo é uma questão de oferta e procura. O problema é que as distribuidoras e postos ficaram com baixos níveis de estoque, aguardando o início da safra de cana, quando os preços tendem a cair. Mas, com o prolongamento do período chuvoso, muitas usinas não conseguiram moer a cana para produzir etanol. “Com o solo encharcado, as máquinas não conseguem entrar nas lavouras para colher, pois ficam atoladas”, explica André.
Além disso, o escoamento do produto também foi dificultado pelas chuvas, devido à péssima condição de muitas estradas e rodovias. “Caminhões que faziam quatro viagem por dia, hoje só fazem duas”, completa. Das 35 unidades instaladas em Goiás, apenas 15 estão em safra, assim mesmo, com produção reduzida. O resultado, segundo o presidente do Sifaeg, é que a moagem está num ritmo muito menor que no mesmo período do ano passado.
O resultado é uma queda na oferta do etanol, pressionando os preços. “Isso acontece em todo País. Está faltando produto em todo Centro-Sul, pois ninguém esperava tanta chuva”, diz André.
Em São Paulo, o preço nas usinas já chegou a R$ 1,89 na semana passada, mesmo com o ICMS do Estado sendo menor: de 12%