Jean Azevedo pode se isolar como maior vencedor da prova se conquistar oitavo título nas motos. Largada do maior rali do Brasil será mais uma vez no Centro-Oeste e chegada será em Fortaleza
A 26ª edição do Rally dos Sertões começa no próximo sábado com grandes atrativos para o público. Pela 16ª vez a abertura será em Goiânia. Neste ano os pilotos voltarão às origens com encerramento no Nordeste. A chegada será em Fortaleza, no dia 25 de agosto. Além disso, o experiente piloto Jean Azevedo, de 44 anos, poderá conquistar seu oitavo título e se isolar como o maior vencedor da competição.
Já nesta quarta as equipes começaram o trabalho no Autódromo Internacional, onde será o prólogo e o início do rali no próximo sábado. Depois de Goiânia, as paradas serão em Formosa e Posse, ainda no estado de Goiás, Luís Eduardo Magalhães e Barra, na Bahia, São Raimundo Nonato, no Piauí, e Juazeiro do Norte e Fortaleza, no Ceará.
Serão 3,6 mil km percorridos em sete dias. Dos 312 competidores, 60 estarão nas motos, categoria mais disputada. As outras categorias são carros, caminhões e UTVs, uma espécie de protótipo. Jean Azevedo, que também tem os melhores resultados do Brasil no famoso Rali Dakar, tem sete títulos nos Sertões. Ele já é o maior campeão de uma única categoria, mas divide o posto de maior vencedor geral com Edu Pinho, que tem títulos nos caminhões e nos carros.
Jean está na equipe Honda e também disputa o Campeonato Brasileiro. As cinco primeiras etapas do Rally dos Sertões contarão pontos e definirão o Brasileiro. O piloto está animado com o fim da competição novamente no litoral. A chegada será na Praia de Iracema, em Fortaleza, no dia 25 de agosto.
- Nesse ano voltaremos às origens. A última vez que fomos para o Nordeste foi em 2012. É muito legal, cria essa expectativa. Não que a prova para o Sul tenha sido fácil. Foi diferente. Mas voltar para lá e terminar na praia é diferente, será muito bom – diz Jean Azevedo.
O piloto afirma também que os riscos da competição, que é de alta velocidade, não são maiores ou menores pelo fato de terminar no Nordeste. Os riscos de acidente sempre existem devido ao estilo da prova.
- O perigo é constante porque você está sempre na estrada de terra e na maior velocidade possível porque é uma prova contra o relógio. O desafio é diferente, mas não muda o perigo por causa disso.
Por falar em riscos, os pilotos também precisam ser bons mecânicos. Principalmente na etapa chamada de “maratona”, disputada entre Luís Eduardo Magalhães e Barra, na Bahia.
Após a conclusão da prova, que será a quarta etapa do Rally dos Sertões, os veículos entrarão em regime de parque fechado. Não será possível contar com manutenção e auxílio das equipes. Somente os próprios pilotos poderão fazer eventuais reparos. A “maratona” termina após o trajeto entre Barra e São Raimundo Nonato, no dia seguinte.
Preparação intensa
O desgaste físico ao longo de sete dias de rali é grande. Para isso, os pilotos fazem diversos tipos de treinos durante a temporada. No caso de Jean Azevedo, acostumado às competições de alto nível, outros esportes, como corrida de rua, musculação e natação são grandes aliados. Mas nenhum deles tem a mesma importância do ciclismo.
Segundo o piloto, andar de bicicleta entre sua cidade, São José dos Campos, e Campos dos Jordão é a atividade que mais se assemelha ao rali devido ao tempo de treinamento. O percurso de 100 km em uma região montanhosa é feito em um tempo que se aproxima ao de uma desgastante etapa do Rally dos Sertões.
- Não consigo fazer nenhuma atividade por cinco horas. Não posso ficar tanto tempo correndo ou nadando, isso iria me machucar. Por isso, com a bicicleta eu consigo aproximar o tempo de treino em relação à moto. Moro em São José dos Campos. Tem uma região montanhosa até Campos do Jordão, que são 100 km. Faço esse trecho de bicicleta, dá entre quatro e cinco horas, é o que se aproxima mais do rali – conta Jean Azevedo.
Fonte: Site G1