Delegado diz que não há estudos que comprovam que o peixe provoca desequilíbrio no rio Araguaia. Secretário informou que vai tentar controlar a população da espécie.
O secretário de Turismo de Nova Crixás, João Luís Busnardo, publicou uma campanha nas redes sociais para incentivar a matança do peixe tambaqui no Rio Araguaia e causou polêmica com ambientalistas. Para Busnardo, o peixe ameaça outras espécies. Já o delegado de Meio Ambiente, Luziano Carvalho, disse que desconhece qualquer desequilíbrio nas águas do rio provocado pelo peixe.
A Polícia Civil vai instaurar procedimento por causa da "publicação inadequada", segundo o delegado Luziano Carvalho.
A mensagem que motivou as críticas por parte do secretário foi postada por outro internauta:
"Vamos preservar os tambaquis do Rio Araguaia. Tambaqui é um peixe muito esportivo . Diga não a matança dessa espécie".
Segundo o secretário, o crescimento da população de tambaquis está fora de controle. “Ela tá infestada no Araguaia inteiro. Fora de controle. Vai ser até muito difícil de a gente controlar isso daí, mas a gente com certeza vai tentar", declarou Busnardo.
A captura de tambaqui, segundo o secretário, é para proteger espécies nativas da região, como a piraíba, que é o peixe que atrai muita gente para Nova Crixás. "[Piraíba] peixe que a gente mais gosta de pescar aqui, que todos turistas vêm, é a piraíba, certo. O tambaqui come os ovos da piraíba", destaca Busnardo.
O biólogo Edson Abrão discorda da opinião do secretário e diz que o tambaqui tem que existir para controlar a população de piraíbas, que são peixes grandes e atacam outras espécies.
"Os ovos da piraíba precisam ser comidos pelo tambaqui para causar equilíbrio com outras espécies. O piraíba é agressivo e carnívoro. As espécies fazem parte da cadeia alimentar. O tambaqui tem que existir para controlar a população de piraíba", explica Abrão.
O tambaqui faz parte de lista de peixes da bacia do Araguaia que tem liberação da Secretatia Estadual de Meio Ambiente para ser capturado e transportado, assim como a tilápia, o bagre, e a carpa comum. O delegado de Meio Ambiente, Luziano Carvalho, porém, acredita que quem gosta de pescar não deveria incentivar a destruição das espécies.