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Segunda-Feira, 16 de Setembro de 2024

Campos Verdes está entre as 21 cidades de Goiás sem nenhum caso confirmado e suspeito do novo coronavírus



Campos Verdes está entre as 21 cidades de Goiás sem nenhum caso confirmado e suspeito do novo coronavírus

Baixa densidade demográfica e alto controle do fluxo de pessoas são apontados como determinantes

 

Goiás tem 21 municípios sem nenhum caso confirmado e nenhum caso suspeito do novo coronavírus (Sars-CoV-2). A densidade demográfica - quantidade de habitantes por quilômetro quadrado (hab/km²) - e o controle sobre a circulação de pessoas oriundas de outras cidades são alguns dos principais fatores que mantém estes locais livres até o momento da doença. De acordo com dados Painel da Covid-19 da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) colhidos até às 12h desta sexta-feira (5), outras 78 cidades goianas também não tem casos confirmados do novo coronavírus, mas têm pelo menos um caso suspeito da Covid-19.


Até esta sexta-feira, constava no Painel da Covid-19 da SES-GO que 21 cidades não tinham nenhum caso confirmado, nem suspeito da doença. Porém, O POPULAR entrou em contato com todas essas cidades e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Cristianópolis, uma das cidades listadas sem casos, afirmou que a cidade tem um caso confirmado da Covid-19, que já está recuperado. A divergência de dados também ocorreu em Heitoraí e São Patrício, que no painel registraram menos casos descartados do que o informado pelas prefeituras, e em Lagoa Santa, que no painel aparece com um caso suspeito, mas a prefeitura afirma que já foi descartado.


Um dos motivos para esses 21 municípios estarem livres da Covid-19 é a população pequena e a baixa densidade demográfica. “A quantidade de pessoas é muito importância para saber o potencial de contaminação e a densidade é determinante na velocidade da disseminação da doença, pois ela influência na proximidade das pessoas. Sabemos que quanto mais próximas as pessoas estão, maior é o risco de contaminação. Ao contrário de outras doenças como a dengue, que é transmitida por um mosquito, o ser humano é o transmissor da Covid-19”, afirma o infectologista e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (Sib), Luis Fernando Waib.


Só uma das 21 cidades que não tem nenhum caso confirmado nem suspeito da Covid-19 tem mais de 10 mil habitantes. Iaciara, no Nordeste goiano, teve nove casos suspeitos da doença descartados. Apenas outras três cidades têm mais que 5 mil habitantes: Sanclerlândia, que também teve nove casos suspeitos descartados, Campos Verdes, que teve cinco casos suspeitos descartados, e Itapirapuã, que teve três casos suspeitos da doença descartados. As quatro cidades com mais de 5 mil habitantes foram as que tiveram mais casos suspeitos descartados da doença (veja quadro), seguidas por Perolândia, que tem 2.950 habitantes e também teve três casos suspeitos da Covid-19 descartados.


Apenas duas cidades - Heitoraí (15,55 hab/km²) e Sanclerlândia (15,20 hab/km²) - tem densidade demográfica considerada intermediária pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (BGE), que considera assim municípios com população de 15 a 100 hab/km². Todas as outras têm densidades consideradas baixas, sendo que três das cinco cidades com mais casos suspeitos descartados estão entre as cidades com maior densidade populacional do grupo de 21 cidades. São elas: Iaciara, Campos Verdes e Sanclerlândia.


Circulação de pessoas

Controlar quem entra e sai das cidades também é essencial para controlar a propagação do vírus, de acordo com a epidemiologista e professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG), Erika Silveira.


“Do mesmo que a doença chegou no Brasil e em Goiás através de pessoas que viajaram para fora do país, no interior os primeiros casos costumam ser de pessoas que foram para Goiânia e acabaram adoecendo”, esclarece Erika.


A falta de circulação de pessoas ajuda a explicar a falta de casos nas cidades turísticas de Três Ranchos e Lagoa Santa, que tiveram as atividades de lazer drasticamente reduzidas e estão tendo as entradas, saídas e pontos turísticos fiscalizados. “Essas cidades costumam receber muitas pessoas de fora para o turismo, o que poderia gerar um grande potencial de contaminação. Quando isso deixa acontecer, o risco cai”, esclarece a epidemiologista.


A mesma lógica se aplica quando se observa que das 19 cidades sem casos confirmados e suspeitos, apenas Heitoraí, Perolândia e Lagoa Santa, não fazem divisa com pelo menos uma outra cidade que também não tem casos confirmados da doença.


“Isso se dá por conta dessa dinâmica do ir e vir. É provável que as pessoas morem e trabalhem na mesma cidade. Isso evita a circulação de pessoas e do vírus”, aponta Erika.


Reabertura

Entretanto, a epidemiologista alerta que essa realidade logo pode mudar. “Com a volta quase que completa das atividades comerciais da capital, muitas dessas pessoas que moram no interior e estavam sem sair das suas cidades, podem começar a voltar a frequentar Goiânia e outras cidades maiores. Isso pode acabar fazendo com que o vírus se espalhe ainda mais pelo interior do Estado”, enfatiza.


Erika ressalta ainda que é importante que as pessoas que moram em cidades com um quantitativo de casos confirmados mais alto evitem ir para cidades que têm menos casos registrados. “É preciso lembrar que esse não é um período de férias. Essas pessoas que vão para o interior podem estar levando o vírus para as cidades que tem poucos casos”, esclarece.


Espalhar a Covid-19 pode ser perigoso por conta da centralização do sistema de saúde goiano. “Ainda temos o interior muito dependente de tratamentos na capital. Em meio à uma pandemia isso pode ser perigoso e coloca a vida de pessoas em risco. Por isso, é importante que os prefeitos trabalhem para ter pelo menos um hospital de referência nas microrregiões do Estado para o tratamento de doenças mais complexas”, aponta a epidemiologista.


Por conta disso, manter um controle sobre quem frequenta cidade é essencial.


“É uma medida protetiva muito importante junto com o comportamento adequado da população, que deve continuar tomando todos os cuidados necessários para evitar o vírus mesmo nas cidades sem casos confirmados e suspeitos. É preciso lembrar que só voltaremos a ter uma rotina normal quando tivermos uma vacina. Até lá, vamos ter que nos acostumar a um ‘novo normal’”, finaliza a professora da UFG.

 

Barreiras sanitárias ajudam

O uso de barreiras sanitárias para controlar o fluxo de pessoas dentro das cidades tem sido uma das estratégias adotadas por algumas das cidades sem nenhum caso confirmado nem suspeito do novo coronavírus (Sars-Cov-2) Apenas quatro cidades goianas não tiveram nenhuma notificação da doença desde o início da pandemia: Águas Limpas, Davinópolis, Santa Cruz de Goiás e Moiporá. 


O secretário municipal de Saúde de Moiporá, no Sudoeste do Estado, Marcilon da Silva, explica que a principal estratégia adotada pelo município foi a montagem de duas barreiras sanitárias. “Colocamos uma na entrada da cidade e outra na entrada do distrito de Messianópolis”, esclarece.


As barreiras funcionam todos os dias, das 6 às 18 horas. “Só deixamos entrar se for morador e os viajantes que tem que passar pela cidade ou então vem fazer alguma entrega aqui tem que preencher uma ficha onde avisam onde irão e quanto tempo ficarão na cidade. Além disso, todo mundo que entra tem a temperatura aferida. Se estiver com febre vai direto para o hospital”, afirma Silva. 


A cidade de Guarinos, no Noroeste do Estado, que registrou apenas dois casos suspeitos que foram descartados, também montou uma barreira sanitária na entrada da cidade. “Além do trabalho na barreira, estamos acompanhando de perto os comércios e as beiradas de rios. Pedimos para a população evitar aglomerações em chácaras e fazendas”, diz o secretário municipal de Saúde da cidade, Antônio Leão. 


Em Iaciara, no Nordeste do Estado, uma barreira sanitária também foi montada. “Assim que as pessoas entram na cidade, o grupo que está na barreira liga para a vigilância epidemiológica, que entra em contato com essas pessoas depois para reforçar as orientações de prevenção e fazer o monitoramento delas enquanto estiverem na cidade”, conta a secretária municipal da cidade, Iévora Lima. 


Além da barreira, o uso de carros de som e chamadas na rádio da cidade com informações sobre a Covid-19 têm sido usadas pela prefeitura para trabalhar a conscientização com a população. “Acompanhamos o comércio, reforçamos as medidas preventivas e fazemos capacitações”, aponta Lima.


A epidemiologista e professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG), Erika Silveira, afirma que as barreiras são muito eficientes para que as gestões municipais tenham controle de onde são as pessoas que chegam nas cidades. 


“Em cidades que ficam próximas de rodovias, mas não tem pontos de paradas como, por exemplo, hotéis lanchonetes e borracharias, é mais fácil. Naquelas onde as pessoas de outros lugares circulam é mais complicado. Por isso, as barreiras sanitárias são importantes para que se consiga monitorar essas pessoas que são de outros lugares e estão nos municípios”, explica Erika.



Fonte: O Popular




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